Cada formato de rosto
pede uma armação específica. Veja as dicas dos especialistas, vá às compras sem
pressa e acerte no estilo.
Escolher um par de óculos exige tempo
e disposição para experimentar vários modelos até chegar ao ideal. Muita gente
não tem paciência para escolher a armação adequada, detesta usar o acessório e
recorre a lentes de contato ou usa os óculos em
situações imprescindíveis, como ler ou ir ao cinema. Mas óculos que harmonizam
com o rosto e o estilo de quem os usam podem até mesmo dar um up no visual.
Segundo o
designer e esteta ótico Francisco Ventura, 90% das pessoas compram óculos de
grau de tamanho errado. O ideal é experimentar vários
modelos, em vez de comprar porque parecia bonito em uma amiga ou na
vitrine. “Não se deve comprar óculos com pressa. É preciso entender o que se
está comprando.” Para não errar, há cinco pontos fundamentais que devem ser
considerados na hora da compra. Em primeiro lugar, a pupila deve estar
centralizada no desenho da armação, como se fosse um alvo. O apoio no nariz
deve ficar confortável e encaixar bem, sem marcar a pele, o que ocorre quando o
tamanho não está certo. “Há dois tipos de apoio, os de metal, com as
plaquetinhas, e os de acetato. Quanto maior a área de apoio no nariz, melhor,
pois divide o peso”, explica Ventura.
O terceiro
fator é que a armação deve sobrepor a parte inferior aos olhos, de forma a
disfarçar as olheiras. O quarto ponto, muito importante, é que as sobrancelhas
devem acompanhar o formato da armação. Os óculos não devem ultrapassá-las, ou
seja, as sobrancelhas não podem ficar dentro da lente. “Delinear é o ideal. Se
a sobrancelha é arredondada, a armação também deve ser. Não deve haver espaço entre a sobrancelha e os óculos”,
indica o esteta ótico.
As hastes
devem apenas se apoiar nas têmporas, sem pressioná-las, o que significa que os
óculos não devem ser apertados. Em alguns casos, vincos se formam por conta
disso. Elas também devem ficar bem ajustadas atrás da orelha, de forma que os
óculos não fiquem nem frouxos nem apertados. Uma dica é passar sempre na ótica
para manter as hastes sempre alinhadas, de maneira que os óculos não fiquem
tortos.
Formatos de rostos
O formato do rosto também deve ser considerado na hora de se comprar óculos.
São quatro os tipos principais: redondo, quadrado, triangular e oval. Quem tem
a face quadrada deve apostar em óculos arredondados e ovalados,
os menos angulares possíveis. Já quem tem rosto redondo fica bem
com armações retangulares e quadradas. O rosto oval é o mais
fácil de combinar: valem tanto os formatos arredondados quanto os retangulares.
No caso dos rostos triangulares, com pouco queixo, os modelos mais adequados
são o tipo aviador e mais ovalados embaixo, para preencher o espaço.
Quem tem
rosto pequeno pode usar óculos maiores, segundo
Giannini. Já quem tem a face grande deve optar por modelos menores, de tamanho
compatível. Ou seja, o resultado final deve ser equilibrado. No entanto, Ventura
alerta que não se pode ficar preso apenas a essas regras estéticas, já que os
óculos se tornaram acessórios de moda. Para ele, não podem faltar dois modelos:
o de três peças, aquele que tem apenas as lentes, as hastes e a parte do nariz;
e o preto. “O primeiro é neutro e o segundo, marcante, eterno.”
Para
disfarçar as lentes que corrigem hipermetropia, que deixam os olhos maiores,
uma dica de Giannini é usar armações que chamam a atenção –
em vez de deixá-la para as lentes – e evitar as quadradas. Para casos de
miopia, em que os olhos ficam menores, ele indica óculos ovalados e
arredondados.
Cores
Algumas
cores casam melhor com diferentes tons de pele. Para negros, Ventura recomenda
âmbar, tartaruga, preto e branco. Quem tem pele clara pode
apostar em contrastes e também no tartaruga – principalmente as
loiras. Quem tem cabelos pretos fica bem com armações vermelhas ou vinho. Já
quem tem as madeixas avermelhadas pode usar um tom degrade nos óculos em
relação ao dos cabelos: nunca o mesmo. O esteta ótico Miguel Giannini indica
cores claras para os introvertidos. Para os extrovertidos, modelos
coloridos.
Quem usa
franja não deve deixar que ela encoste nos óculos. Cabelos muito volumosos não
combinam com modelos com detalhes coloridos e apliques nas hastes – nesses
casos, é melhor usar uma peça mais neutra. “Se
for liso, com pouco volume, ou curto, vale apostar em detalhes. Sem excesso,
são elegantes e enfeitam”, diz Ventura. Para os homens, óculos de acetato
ficam bem para os carecas. Já quem tem barba e bigode deve optar por modelos
sem muita informação, como os de três peças.
Óculos de sol
Escolher um par de óculos de sol é bem mais simples. As últimas coleções trazem modelos que, na maioria,
deixam as sobrancelhas escondidas. “Eles devem, de preferência, cobrir a
sobrancelha, para o sol não bater por cima”, observa Miguel Giannini. Na hora
da compra, Ventura recomenda fazer um teste simples: sorria; se a armação se
mexer, não a leve para casa. Vale considerar também o conforto e o encaixe no
nariz, bem como o apoio das hastes, da mesma forma que no caso dos óculos de
grau.
Quando os
óculos têm metal, as mulheres devem considerar também se a cor combina com a
dos outros acessórios, como brincos. “A combinação é importante. É preciso bom
senso para não misturar.” As lentes espelhadas,
que estarão em alta no verão, devem ser usadas apenas em situações informais,
segundo Ventura. Outro fator importante, segundo Giannini, é evitar óculos de
camelô, pois não há como saber se eles têm proteção ultravioleta.