terça-feira, 5 de maio de 2015

Doenças oculares atingem mais mulheres do que homens

Mulheres vivem mais do que homens. Fato comprovado estatisticamente pelo IBGE. Enquanto a expectativa de vida dos brasileiros é de 71,3 anos, a população feminina dura em média 78,6 anos. Isso já explica por que as doenças oculares como catarata, degeneração macular e retinopatia diabética atingem o público feminino em cheio. Mas alguns problemas de visão são mesmo intrinsecamente mais prevalentes entre as mulheres.  

Nos Estados Unidos, por exemplo, a síndrome do olho seco acomete cinco milhões de pessoas com mais de 50 anos. Desse total, três milhões são mulheres. Essa doença costuma acometer duas ou três vezes mais mulheres do que homens no Brasil também. Uma das causas da falta de lubrificação dos olhos são as alterações hormonais provenientes da menopausa. Aos 60 anos, a produção de lágrimas de uma mulher cai pela metade em relação a seus 20 anos.

Alterações hormonais durante a gravidez também podem ter como desdobramento alguns problemas de visão. A sensibilidade da córnea, por exemplo, costuma diminuir principalmente nos últimos três meses da gestação – voltando ao normal pouco tempo depois de o bebê nascer. São quatro os principais problemas oculares que podem ocorrer durante a gravidez: olho seco, visão embaçada, desdobramentos da pré-eclâmpsia, e desdobramentos do diabetes gestacional. Os desdobramentos mais sérios são os dois últimos. A pré-eclâmpsia é uma hipertensão arterial específica da gravidez que pode ocorrer a partir da 20ª semana. Os sinais podem ser identificados através dos olhos em até 8% das gestantes, sendo provável que a paciente se queixe de perda temporária de visão, maior sensibilidade à luz, visão embaçada ou com formação de halos ou flashes. Na presença desses sintomas, principalmente se a paciente tiver histórico de hipertensão, o médico responsável pelo pré-natal deverá ser imediatamente comunicado, já que essa condição progride rapidamente e pode resultar em sangramento ou outras complicações. 

A catarata também está relacionada à idade e, portanto, acomete muitas mulheres. Aos 80 anos, metade da população já desenvolveu a doença, que é a opacificação do cristalino. No Brasil, são diagnosticados 550 mil novos casos da doença por ano – impactando a autoestima, as condições socioeconômicas e os relacionamentos pessoais. Por isso, é importante prestar atenção a sintomas como diminuição gradual e progressiva da visão, dificuldade de se locomover à noite, enxergar os objetos em tons amarelados ou borrados e perceber halos ao redor de objetos luminosos. Essas dificuldades acabam levando a pessoa a perder o interesse por atividades rotineiras, como ler, escrever e digitar; e perder a vaidade, já que fica cada vez mais difícil se maquiar e se cuidar. 

Oftalmologistas chamam atenção, também, para o fato de que as mulheres têm maiores taxas de doenças autoimunes como lúpus, artrite reumatoide e esclerose múltipla, sendo que todas essas condições geram impacto sobre a visão, podendo levar à cegueira. Dado que a perda de visão pode ser evitada em muitos casos, vale ressaltar a importância de se buscar ajuda especializada na presença dos sintomas de desconforto e dificuldade visual já citados. Mas cabe às pacientes, também, adotar um estilo de vida saudável para evitar problemas oculares mais graves. Nesse sentido, se alimentar bem, evitar sobrepeso e obesidade, além de praticar exercícios físicos e parar de fumar são atitudes fundamentais para quem deseja enxergar bem por muitos anos ainda.

Fonte: Dr. Visão 

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