quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Pessoas com problemas na vista podem ser doadores de córneas?

  A córnea é um tecido transparente, localizado na porção mais anterior do olho e que, junto ao cristalino, ajuda a focalizar as imagens na retina. Quando acometida, a córnea afeta a qualidade da imagem projetada e compromete a visão.

  Pessoas que perderam a transparência ou a integridade anatômica da córnea poderão contar com uma doação, feita exclusivamente por falecidos e sob a autorização familiar.

  O transplante dura em torno de uma hora e é considerado um procedimento ambulatorial, no qual o paciente normalmente recebe alta hospitalar no mesmo dia. A recuperação da visão é progressiva e individual, sendo necessário, na grande maioria dos casos, o uso de recursos ópticos auxiliares, como óculos e lentes de contato para adequada reabilitação visual.

   Para ser doador, é necessário que o interessado comunique previamente esse desejo à família, conforme determinação da Lei de Transplantes. Podem doar todos que conservem córneas sadias, com idade entre 3 anos e 80 anos e que tiveram morte encefálica ou por parada cardíaca.

   Pessoas com miopia, hipermetropia, astigmatismo, catarata, glaucoma ou mesmo totalmente cegas, mas com córneas saudáveis, podem ser doadores. Pacientes que enfrentaram algum tipo de câncer (com exceção de leucemia, linfoma ou câncer no olho) também são potenciais doadores.

   Obedecendo a Lei de Transplantes, a distribuição das córneas respeita a ordem da Lista Única de Receptores, controlada com rigor pela Central de Transplantes e Secretaria de Saúde de cada estado. Assim, não caberá a família do doador o poder de decisão sobre quem será o respectivo receptor.


   A Central de Transplantes é a organização responsável pelo recebimento da notificação de doação, captação e distribuição de córneas, entre outros órgãos e tecidos. O transplante só pode ser realizado pelos estabelecimentos de saúde previamente autorizados pelo Gestor Nacional do Ministério da Saúde.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Tudo o que você precisa saber sobre Daltonismo

   O daltonismo é um tipo de deficiência visual em que o indivíduo não é capaz de reconhecer e diferenciar algumas cores específicas.


   O transtorno ocorre em razão de um distúrbio genético ligado ao cromossomo X. O daltonismo acontece quando há um problema com os pigmentos de determinadas cores em células nervosas do olho, chamadas de cones, localizadas na retina. Mesmo que apenas um pigmento esteja faltando, uma pessoa pode apresentar problemas para reconhecer e identificar diversas cores, tonalidades ou brilho.

   O daltonismo é uma doença recessiva e está diretamente relacionada ao cromossomo X. O sexo masculino é determinado pelos cromossomos X e Y e o feminino por dois cromossomos X, que são herdados dos pais. A mãe sempre fornecerá um cromossomo X e o pai poderá fornecer o X ou Y ao bebê. Por ser uma doença recessiva, o daltonismo só irá se manifestar em pessoas que tiverem uma alteração em todos os cromossomos X presentes no corpo. Ou seja: a mulher precisa herdar o cromossomo alterado tanto do pai quanto da mãe, enquanto que o homem só precisa herdar o X alterado da mãe, uma vez que estará recebendo o cromossomo Y do pai.

   Há três tipos principais de daltonismo:

- Protanopia - É o mais comum de todos e é caracterizado, principalmente, pela diminuição ou ausência total do pigmento vermelho. Ao invés dessa cor, o portador do distúrbio pode enxergar tons de marrom, verde ou cinza. Em geral, essa percepção varia de acordo com a quantidade de pigmentos que o objeto possui. Para  esse tipo de daltônico, o verde tende a parecer semelhante ao vermelho.

- Deuteranopia – Neste caso, a pessoa não é capaz de distinguir a cor verde e, assim como na protanopia, os tons vistos geralmente são puxados para o marrom. Assim, quando  esse tipo de daltônico observa uma árvore, ele enxerga tudo numa mesma cor e uma sutil diferença de tonalidade entre tronco e folhas.

- Tritanopia - É o tipo mais raro de daltonismo e interfere na distinção e reconhecimento das cores azul e amarelo. Uma pessoa com  esse tipo de visão não perde totalmente a noção do azul, mas o enxerga em tonalidades diferentes. Já o amarelo será visto como um rosa-claro. Pessoas com tritanopia não enxergam a cor laranja.

   Embora seja um problema predominantemente genético, há outros fatores que podem levar ao desenvolvimento do daltonismo, tais como:

- Doenças como diabetes, Alzheimer, Parkinson, leucemia, anemia falciforme, glaucoma e degeneração macular;

- Medicamentos indicados para o tratamento de hipertensão arterial e alguns distúrbios psicológicos;

- Exposição a determinados produtos químicos, como sulfureto de carbono e alguns fertilizantes.    Além disso, a capacidade de enxergar, distinguir e reconhecer cores pode se deteriorar lentamente como parte natural do processo de envelhecimento.

Sintomas e Recomendações:
   Os sintomas costumam variar de acordo com a intensidade e o tipo do distúrbio, mas entre os mais comuns estão:
- Dificuldade para identificar cores, suas diferentes tonalidades e brilhos de maneira normal;

- Incapacidade de distinguir a diferença entre as tonalidades de cores iguais ou semelhantes.

   Muitas vezes, os sintomas podem ser tão leves que algumas pessoas podem não perceber que são daltônicas. De toda maneira, é muito comum que os pais notem sinais de daltonismo quando a criança está aprendendo a diferenciar as cores.

   Além de oftalmologistas, o diagnóstico do daltonismo pode ser feito pelo pediatra, clínico geral ou neurologista.


   Embora não tenha cura, a disfunção pode ser tratada e ter suas consequências minimizadas por lentes de contato ou óculos especiais que auxiliam na distinção de cores muito semelhantes. Além disso, diminuir a incidência de luminosidade dos ambientes pode ajudar nesse reconhecimento.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Vale a pena optar por lentes polarizadas?

 Indicadas para pessoas que dirigem com frequência, lentes polarizadas oferecem 100% de proteção contra raios UVA e UVB.
   Na hora de comprar óculos de sol, a escolha deve ser feita tendo em mente critérios que vão muito além da estética. Diante de uma variedade de marcas e modelos, muitas pessoas optam pelo produto mais barato, devido à falta de informação. Uma característica importante a ser considerada é o tipo de lentes, que podem ser comuns ou polarizadas.
   As lentes de sol comuns, ou não polarizadas, diminuem a intensidade da luz, proporcionando conforto e efeito parciais. Já as lentes polarizadas oferecem uma maior proteção contra o brilho horizontal do sol, tornando o reflexo quase imperceptível e a visão mais definida.
   Notar o efeito desse tipo de lente é muito fácil para quem dirige ou vai à praia, por oferecer proteção contra os reflexos de superfícies espelhadas. Em dias de sol intenso, os raios são filtrados e a luz refletida é eliminada pelo vidro do carro. Em dias chuvosos, por sua vez, ela também facilita a percepção de bolsões d´água e lagos, proporcionando maior segurança ao motorista.
   Outra dica para a escolha dos óculos de sol: quanto mais intensa as cores das lentes, maior será a proteção oferecida por elas.

FONTE: DR VISÃO e TERRA

terça-feira, 4 de agosto de 2015

CERATOCONE: um problema de visão que pode estar camuflado

Quatro em cada dez pessoas usam óculos. De acordo com dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, cerca de 124 milhões de pessoas no mundo possuem algum tipo de problema de visão. Isso sem contar as que ainda não foram diagnosticadas. Existem doenças comuns, como a miopia, principal causa do uso dos óculos, e outras doenças mais sérias e menos frequentes que podem levar até a cegueira, dependendo do estágio da doença.
Entre os fatores que podem desenvolver doenças oculares estão a fadiga, o envelhecimento e até a exposição ao sol.
Muitos problemas oculares são decorrentes de outros. O ceratocone é um deles. Trata-se de uma doença degenerativa caracterizada pelo aumento da curvatura da córnea, afinamento da região, deixando sua forma como a de um cone e, em casos mais avançados, aparecimento de cicatrizes.  Geralmente o seu aparecimento é consequência do alto grau de miopia e/ou do astigmatismo.
A doença é hereditária e, por ser progressiva, dificulta a visualização e a qualidade da imagem que chega à retina. Normalmente ela é descoberta na puberdade, mas pode ficar estável por muitos anos, até que seja feito o diagnóstico.
No início da doença, um paciente com ceratocone pode sentir desconforto para ler e focar objetos, dor de cabeça e sensibilidade à luz (fotofobia). Por isso, muitas vezes ela é descoberta por acaso, já que a pessoa procura o médico apenas para melhorar a acuidade visual. Quando a doença já atingiu um determinado estágio, ela exige o uso de lentes de contato específicas para corrigir o problema. Lentes que devem ser trocadas, constantemente, devido a rapidez com que o ceratocone se desenvolve.

Tratamento

O principal tratamento para a doença, até pouco tempo, era o transplante de córnea. Hoje, os novos tratamentos evitam mais de 80% desses procedimentos. Tecnologias como o Anel de Ferrara, o Crosslinking e novas lentes de contato são as principais novidades. O Anel de Ferrara é uma técnica ortopédica capaz de corrigir o problema com o fortalecimento da córnea. Ele ainda ajuda na diminuição do grau da miopia e do astigmatismo, melhorando a visão em geral. O Crosslinking proporciona o fortalecimento da córnea, estabilizando a ectasia (afinamento da córnea). O procedimento é bastante eficaz e permite ainda que seja realizada a cirurgia de laser para manter a estabilidade da córnea, restaurando sua forma esférica.  Já as lentes de contato são as mais indicadas. Os pacientes com ceratocone não conseguem uma boa percepção com os óculos e, nesse caso, são as lentes de contato que proporcionam uma visão mais nítida.
Com o avanço das tecnologias e descobertas de novos tratamentos é possível levar uma vida mais saudável e com menos riscos. É muito importante visitar o oftalmologista regularmente para acompanhar a saúde ocular e detectar doenças precocemente. 

Dr. Paulo Polisuk – Médico Oftalmologista, diretor do Instituto Provisão Especialista em córnea, cirurgia refrativa, catarata e lentes de contato.