sexta-feira, 24 de junho de 2016

Alterações da visão durante a gestação

Durante os nove meses de gravidez, sintomas como desconforto provocado pelas lentes de contato, mudanças no grau, olho seco, inchaço nas pálpebras e maior sensibilidade à luz são considerados comuns. Qualquer outra mudança deve ser investigada atentamente.
Antes mesmo de engravidar, pacientes com algumas condições pré-existentes, como glaucoma, pressão alta ou diabetes, devem buscar orientação de um médico oftalmologista para que as alterações de visão sejam todas monitoradas. A seguir, o médico aponta os problemas visuais mais comuns durante a gravidez:

1. Olho seco
Trata-se de um problema temporário e que tende a desaparecer logo após o nascimento do bebê. O ideal é usar lágrimas artificiais para garantir maior bem-estar no período.

2. Sensibilidade à luz
 Geralmente, esse é um dos sintomas da enxaqueca, que pode ser acentuada no período da gestação por conta das variações hormonais. Nesse caso, é melhor conversar com o ginecologista antes de fazer uso de qualquer medicamento, ainda que esteja acostumada.

3. Mudança de grau
As variações hormonais também podem acarretar mudanças refrativas, aumentando a graduação dos óculos ou lentes de contato. Pergunte a seu oftalmologista se não podem deixar a correção para depois da gravidez, já que o grau ainda pode regredir.

4. Visão manchada
Durante a gestação, as chances de a mulher desenvolver diabetes são maiores, sendo que a visão manchada pode indicar alto nível de açúcar no sangue. Nesse caso, o monitoramento de um médico oftalmologista durante todo o período é fundamental.

5. Formação de pontos pretos na imagem 
Tanto a visão manchada como a percepção de pontos podem ser sinais de pressão alta durante a gravidez. O quadro exige acompanhamento médico, já que níveis muito elevados de pressão sanguínea podem provocar o descolamento da retina.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Transplante de Córnea

A córnea é uma estrutura transparente localizada na parte anterior do olho. Ela permite que as imagens do meio externo penetrem no olho e sejam captadas pela retina. Para o bom funcionamento da córnea, é necessário que a mesma tenha transparência satisfatória e curvatura adequada.
O transplante de córnea é indicado quando a transparência ou a curvatura da córnea estejam alteradas, não permitindo uma boa visão.
Ele consiste na substituição da córnea alterada por uma córnea doadora que mantenha boas condições. Atualmente temos utilizado preferencialmente a anestesia local. Em situações especiais pode ser utilizada anestesia geral.
A técnica mais utilizada atualmente para o transplante penetrante de córnea é realizada com 16 pontos separados. Os pontos são retirados após três meses de cirurgia e não são retirados todos de uma só vez, isto é realizado por etapas de acordo com o astigmatismo induzido e avaliado através de topografia corneana computadorizada.


Córnea transplantada

A cirurgia apresenta alta porcentagem de sucesso. Normalmente varia entre 80 e 90% de sucesso em situações não complicadas (de acordo com estatísticas mundiais). Em casos complicados, a taxa de sucesso pode diminuir conforme a complexidade e da patologia ocular.
Os principais riscos de um transplante de córnea são: falência primária e rejeição. Na falência primária, a córnea doada não apresenta bom funcionamento. Isto é percebido no primeiro mês pós-cirurgia. Neste caso, deve ser feita outra cirurgia. Na rejeição a córnea apresenta bom funcionamento inicial e, algum período após, o paciente pode apresentar diminuição da visão e vermelhidão ocular. É importante o diagnóstico e o tratamento precoce para a recuperação. O período crítico para rejeição é no primeiro ano. Porém, o paciente pode apresentar rejeição até quando viver. Grande parte das rejeições pode ser tratada com sucesso se forem diagnosticadas no início. Existe a possibilidade de se realizar outro transplante após a rejeição.
Após a cirurgia, deverá usar colírios de corticóide e antibiótico. Em casos especiais pode ser necessário anti-hipertensivo ocular e medicação oral. Deve-se evitar esforço físico no período de cicatrização e dormir do lado contralateral ao olho operado.
As córneas doadas passam por um processo de avaliação quanto à sua condição óptica, sendo utilizadas somente córneas que apresentem boa perspectiva para o sucesso do transplante. Mesmo assim, em alguns casos a córnea pode não funcionar adequadamente. São também realizados exames sorológicos nos doadores para descartar possíveis patologias infecciosas (HIV, Hepatite B e C).

Geralmente os resultados visuais após transplante de córnea são muito satisfatórios. A visão do paciente depende também da integridade de outras estruturas oculares. Após o transplante, pode levar meses para a visão atingir seu potencial, porém após algumas semanas o paciente já poderá perceber melhora.

O paciente deve ser submetido à uma avaliação oftalmológica completa. Quando existe uma patologia corneana, que necessite de transplante, descartando outras possibilidades terapêuticas, o paciente é inscrito. O tempo entre a inscrição e a cirurgia é em média de 1 a 2 meses.



sexta-feira, 3 de junho de 2016

Como nossos olhos enxergam o 3D

As imagens tridimensionais que são transmitidas em cinemas ou televisores 3D (sistemas com óculos) funcionam da seguinte maneira: duas imagens são geradas simultaneamente e enviadas para os óculos, que as separam para que cada olho enxergue apenas uma delas. No cérebro, ocorre o processo da fusão binocular, momento em que as imagens são unidas e geram a sensação tridimensional.
Mas você sabia que nem todas as pessoas do planeta conseguem enxergar as imagens tridimensionais? Justamente porque possuem dificuldade em realizar a fusão binocular, ou seja, as imagens não chegam ao cérebro da maneira correta. Antes de explicarmos qual doença ocular causa estes problemas, é necessário entender um pouco mais sobre alguns conceitos da oftalmologia.

Visão binocular
A visão binocular é, em suma, o nome dado à visão somada dos dois olhos. Há uma série de vantagens geradas por este tipo de visão. Por exemplo, pessoas com problemas sérios em um dos olhos podem continuar enxergando, pois se um dos olhos estiver em condições, o outro passa a ser menos requisitado.
Isto acontece com frequência em pacientes que apresentam uma das doenças recorrentes do estrabismo: a ambliopia (também conhecida como doença do “olho preguiçoso”). Este tipo de paciente costuma possuir um dos olhos em condições aceitáveis para a visão, mas o outro funciona apenas como acessório. Problemas na visão binocular têm como principal consequência a perda de noções de profundidade e também a redução na angulação total do campo de visão natural (que para um ser humano com visão perfeita, chega a um arco de 200 graus).
Estereopsia
Você já deve ter reparado que as noções de distância e profundidade dos objetos são de extrema importância para que não saiamos tropeçando pela casa ou pelas ruas. Esta sensação é chamada de estereopsia (visão estéreo), principal mecanismo dos olhos para a fusão das imagens no cérebro.
 Oftalmologia no cinema
Como você já deve ter percebido, os conceitos inseridos neste artigo não dizem respeito apenas à anatomia ocular, mas também à tecnologia aplicada aos cinemas e televisores 3D. Afinal de contas, é com muitos estudos sobre a visão que os engenheiros conseguem produzir aparelhos capazes de gerar imagens tridimensionais para seus usuários.
Os óculos 3D são responsáveis por facilitar o processo da visão binocular, pois em vez de serem enxergadas imagens semelhantes nos dois olhos, cada um deles irá receber uma imagem diferente (como pode ser visto em óculos com lentes ciano-magenta). Assim, cada um dos olhos será responsável pela captação de partes pré-determinadas.
Com cada globo ocular captando imagens diferentes, o processo da fusão será feito de um modo programado. Deste modo, mesmo estando em planos bidimensionais, os vídeos podem ser percebidos de maneira tridimensional.
Quem não enxerga em 3D?
Como já foi dito, quando os olhos não estão alinhados perfeitamente, a estereopsia é afetada e, consequentemente, a fusão fica debilitada. Quanto maior o desvio ocular do paciente, menor será a capacidade de fusão. Resumindo, a grande maioria dos pacientes com estrabismo moderado ou grave não pode enxergar as três dimensões.
Mesmo após cirurgias para correção do problema, os pacientes estrábicos não conseguem resolver a falha na fusão ocular. Isso acontece porque as cirurgias de estrabismo são procedimentos estéticos, e a imagem captada continua sendo formada com desvios no interior dos olhos.
Então os óculos não servem para nada?
Na verdade, eles servem sim. Mesmo que você não possa enxergar as três dimensões dos filmes, é importante utilizar os óculos para que as imagens não sejam vistas de maneira duplicada. As duas lentes dos óculos 3D fazem a junção da imagem no seu cérebro, mas a estereopsia não age com total eficiência, por isso a profundidade é menos percebida.