sexta-feira, 3 de junho de 2016

Como nossos olhos enxergam o 3D

As imagens tridimensionais que são transmitidas em cinemas ou televisores 3D (sistemas com óculos) funcionam da seguinte maneira: duas imagens são geradas simultaneamente e enviadas para os óculos, que as separam para que cada olho enxergue apenas uma delas. No cérebro, ocorre o processo da fusão binocular, momento em que as imagens são unidas e geram a sensação tridimensional.
Mas você sabia que nem todas as pessoas do planeta conseguem enxergar as imagens tridimensionais? Justamente porque possuem dificuldade em realizar a fusão binocular, ou seja, as imagens não chegam ao cérebro da maneira correta. Antes de explicarmos qual doença ocular causa estes problemas, é necessário entender um pouco mais sobre alguns conceitos da oftalmologia.

Visão binocular
A visão binocular é, em suma, o nome dado à visão somada dos dois olhos. Há uma série de vantagens geradas por este tipo de visão. Por exemplo, pessoas com problemas sérios em um dos olhos podem continuar enxergando, pois se um dos olhos estiver em condições, o outro passa a ser menos requisitado.
Isto acontece com frequência em pacientes que apresentam uma das doenças recorrentes do estrabismo: a ambliopia (também conhecida como doença do “olho preguiçoso”). Este tipo de paciente costuma possuir um dos olhos em condições aceitáveis para a visão, mas o outro funciona apenas como acessório. Problemas na visão binocular têm como principal consequência a perda de noções de profundidade e também a redução na angulação total do campo de visão natural (que para um ser humano com visão perfeita, chega a um arco de 200 graus).
Estereopsia
Você já deve ter reparado que as noções de distância e profundidade dos objetos são de extrema importância para que não saiamos tropeçando pela casa ou pelas ruas. Esta sensação é chamada de estereopsia (visão estéreo), principal mecanismo dos olhos para a fusão das imagens no cérebro.
 Oftalmologia no cinema
Como você já deve ter percebido, os conceitos inseridos neste artigo não dizem respeito apenas à anatomia ocular, mas também à tecnologia aplicada aos cinemas e televisores 3D. Afinal de contas, é com muitos estudos sobre a visão que os engenheiros conseguem produzir aparelhos capazes de gerar imagens tridimensionais para seus usuários.
Os óculos 3D são responsáveis por facilitar o processo da visão binocular, pois em vez de serem enxergadas imagens semelhantes nos dois olhos, cada um deles irá receber uma imagem diferente (como pode ser visto em óculos com lentes ciano-magenta). Assim, cada um dos olhos será responsável pela captação de partes pré-determinadas.
Com cada globo ocular captando imagens diferentes, o processo da fusão será feito de um modo programado. Deste modo, mesmo estando em planos bidimensionais, os vídeos podem ser percebidos de maneira tridimensional.
Quem não enxerga em 3D?
Como já foi dito, quando os olhos não estão alinhados perfeitamente, a estereopsia é afetada e, consequentemente, a fusão fica debilitada. Quanto maior o desvio ocular do paciente, menor será a capacidade de fusão. Resumindo, a grande maioria dos pacientes com estrabismo moderado ou grave não pode enxergar as três dimensões.
Mesmo após cirurgias para correção do problema, os pacientes estrábicos não conseguem resolver a falha na fusão ocular. Isso acontece porque as cirurgias de estrabismo são procedimentos estéticos, e a imagem captada continua sendo formada com desvios no interior dos olhos.
Então os óculos não servem para nada?
Na verdade, eles servem sim. Mesmo que você não possa enxergar as três dimensões dos filmes, é importante utilizar os óculos para que as imagens não sejam vistas de maneira duplicada. As duas lentes dos óculos 3D fazem a junção da imagem no seu cérebro, mas a estereopsia não age com total eficiência, por isso a profundidade é menos percebida.












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