terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Como anda a qualidade da sua visão?




    Em pleno século XXI, a busca pela felicidade virou palavra de ordem. A felicidade inclui avaliações sobre a vida de maneira geral, no entanto, alguns fatores externos dentre os quais saude, participam deste senso tão almejado.
     A definição de saúde possui varias implicações, sendo a compreensão  mais difundida a da Organização Mundial da Saúde: saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças.
     A qualidade da visão é parte integral da saúde e da qualidade de vida de todos os indivíduos. A visão é um dos mais importantes  sentidos e o comprometimento dessa via pode causar dificuldades nas habilidades de interações sociais e familiares.
     Localizado atrás da pupila, o cristalino é uma estrutura flexível, que muda de forma o tempo todo e que atua como uma espécie de foco automático da visão. A catarata é um problema que afeta essa estrutura, tornando opaca essa lente natural do olho e ocasionando uma progressiva perda de visão. Segundo a Organização Mundial da Saúde, essa doença é, globalmente, a principal causa de cegueira possível de ser curada.
     Embora possa ter origem variada, na imensa maioria dos casos – cerca de 85% – a catarata está associada à idade. Os avanços na técnica cirúrgica e nas lentes artificiais implantadas  permitem que tenhamos  procedimentos bem menos invasivos, com resultados muito superiores e mais previsíveis que os obtidos no passado.
     Com o aumento da longevidade e uma mudança nas atividades daqueles que atingem idade mais avançada, já não basta aos pacientes com catarata uma cirurgia que lhes devolva a capacidade de enxergar razoavelmente. Eles demandam a melhor qualidade de visão possível.
     Pra isso, as lentes intra-ocultares ocupam parte importante nesta evolução. Depois das primeiras lentes dobráveis, que já foram uma revolução em relação às antigas lentes que eram introduzidas através de larga incisão, vieram as asféricas (com melhor qualidade óptica) e, mais recentemente, as tóricas (que corrigem o astigmatismo) e as multifocais (que corrigem a visão para a leitura). Desta forma, além de substituir o cristalino opacificado, corrigem problemas relativos à ametropia(grau). Com isso, a cirurgia da catarata virou também uma cirurgia refrativa, permitindo tratar a catarata e se aproximar da isenção de correção, ou seja, o individuo opera e não necessita usar óculos para longe ou perto, contribuindo assim para a melhora da qualidade de vida.
     Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o glaucoma atinge até 2% da população mundial acima dos 40 anos. A doença é a terceira causa de cegueira no Brasil, sendo a principal causa de cegueira irreversível no mundo.
     A Pressão Intraocular (PIO) continua a ser o principal fator de risco mensurável e modificável no glaucoma e a sua redução uma das principais armas terapêuticas.
     A obtenção da normalização tensional geralmente estabiliza a doença afastando a probabilidade de cegueira e melhorando a qualidade de vida dos doentes e familiares. 
     No universo clinico contamos com um amplo arsenal para controle da pressão, sendo as prostaglandinas tópicas as mais potentes.
     No campo cirúrgico, a cirurgia de trabeculectomia continua sendo a abordagem mais freqüente. Os procedimentos minimamente invasivos vem ganhando espaço como forma alternativa para controle da pressão.
     O principal e mais desafiador objetivo do tratamento do glaucoma é manter a qualidade de vida dos pacientes, a qual inclui a preservação da função visual.


Dr. Paulo Polisuk

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